Ao abordar o tema “Histórico do Ensino Técnico no Brasil” durante o 1° Seminário de Fiscalização do CRT-RJ, realizado de 23 a 25/10, o professor Maycon Tannis mostrou o valor da Educação Técnica para os trabalhadores e para o país.
De acordo com os dados fornecidos pelo professor, os salários dos técnicos são 32% maiores que a média. Os técnicos industriais têm 26% a mais de chances de conseguir empregos. Na faixa de 18 a 30 anos, a empregabilidade entre os técnicos é 40% maior que nas demais profissões. E numa época em que cresce o percentual da população com mais de 60 anos, os cursos técnicos representam a única forma de educação que aumenta a chance de quem tem acima dos 65 anos conseguir emprego e renda.
Maycon Tannis destacou que sem técnico não existe a possibilidade de expansão industrial. “O técnico, disse o professor, não é a base da cadeia produtiva. Ele É a cadeia produtiva. É o técnico quem coleta dados, pensa, reflete, propõe. A Universidade formula teorias, mas quem vai colocá-las em prática é o técnico”.
Ao associar as atividades técnicas às Emergências climáticas, tema do Seminário, Tannis observou que quem vai ser responsável pela recuperação ecológica é o técnico em suas diversas modalidades. “A formação continuada é fundamental para o técnico e o papel do Conselho Profissional deve ser o de produzir dados a partir do conhecimento prático dos técnicos”, defendeu ele.
Vencedores da Feira de Ciências promovida pelo CRT-RJ na II Semana Estadual do Técnico Industrial, estudantes do Senai Duque de Caxias, ETE República e Cefet Maracanã comprovaram, ao expor seus projetos, que o professor Tannis está carregado de razão ao falar sobre o valor do trabalho técnico.
Premiado em terceiro lugar, o projeto Oficina de Eletrônica, desenvolvido pelos alunos do Cefet Maracanã, dá aulas de Robótica para alunos do Ensino Fundamental da Escola Municipal Benedito Ottoni. As crianças entre 6 e 7 anos, utilizando peças de Lego, aprendem noções básicas de eletrônica, robótica e programação e desenvolvem desde pequenos robôs até a criação de jogos e histórias.
O projeto premiado em segundo lugar, da ETE República, trata de um problema de saúde agravado pela pandemia de Covid e que atinge todas as idades – a ansiedade. Com o objetivo de reconhecer e lidar com as crises, os estudantes da ETE República criaram o Jogo da Ansiedade. Com eles, crianças e adultos aprendem o que fazer quando passam por alguma situação estressante.
O primeiro lugar conquistado pelos alunos do Senai Duque de Caxias é um exemplo de como os técnicos podem contribuir para preservar o meio ambiente e, ao mesmo tempo, oferecer soluções de baixo custo a pequenos produtores rurais. Intitulado Irrigagro, o projeto nasceu de um problema: como fazer irrigação manual em uma pequena propriedade rural sem desperdício de água? A solução encontrada pelos estudantes foi criar um sistema de irrigação no qual um sensor capta a umidade do solo. Se estiver baixa, aciona uma bomba d’água para irrigar a terra. O sistema utiliza energia renovável (placas solares) e IOT, a internet das coisas.

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