Os dois temas, extremamente relevantes para a categoria técnica, dominaram os debates no segundo dia do 1º Seminário de Conselheiros e Conselheiras do CRT-RJ.
Primeiro palestrante do Painel, o reitor do Instituto Federal Fluminense, professor Jefferson Azevedo, falou sobre o uso da inteligência artificial na Educação e de suas consequências na formação da cidadania. O reitor destacou as fake news e as deep fake como exemplos de mau uso da inteligência computacional, alimentando a rede de mentiras e intolerância.
Ele observou ainda que a Inteligência Computacional aprende a partir do que é produzido. Dessa forma, uma sociedade racista, misógina, cria tecnologia semelhante, disse o reitor, lembrando que as redes sociais não são neutras – elas alimentam o medo do diferente e os discursos de ódio.
O professor Jefferson observou ainda que metade dos brasileiros não tem o Ensino Médio e 33% dos que frequentaram a escola são analfabetos funcionais. O desenvolvimento do ensino técnico, bastante valorizado nos países ricos, é extremamente importante para o Brasil. “Precisamos formar gente competente, não só profissional, mas no entendimento do mundo, Se não mudarmos a rota do nosso desenvolvimento, não teremos 50 anos de vida na Terra”, disse ele. E acrescentou: “Temos que construir um outro futuro e o campo da Educação é muito importante para isso.”
Segundo palestrante, o professor Marcelo Duarte, responsável pelo programa CRT Escolas, apresentou um histórico do surgimento da formação profissional e fez um relato sobre as atividades do programa, que já percorreu 16 escolas atingindo mais de 750 pessoas entre alunos, professores e coordenadores. Segundo ele, hoje, a ampla maioria dos estudantes dos cursos profissionalizantes não pretende atuar como técnico. As palestras do CRT Escolas, esclarecendo sobre a importância do técnico no desenvolvimento do país e o papel do CRT-RJ na valorização profissional, ajudam a incentivar a permanência dos alunos na área.
O Painel foi encerrado com a palestra da consultora Sandra Helena, do Sebrae. Ela abordou as características do empreendedor e esclareceu quais os procedimentos necessários para abrir uma empresa no Brasil, inclusive como MEI. Atualmente, mostrou ela, há 18 milhões de pequenas e médias empresas no país.